Marvel e DC não fazem parte do meu mundo

Qual super-herói você escolheria pra mim? Ou melhor qual me salvaria? Pensou no Demolidor, né? Eu sabia, a deficiência chama! Nos inspiramos na fantasia para aguentamos a realidade. O bom é que não precisamos muito para fazer algo inesperado pela sociedade, então muitas vezes ficamos acomodados e muitos de nós acreditamos que a nossa condição é um superpoder. Também queria que fosse, assim não  preciso crescer.

Mas eu me pergunto, quem vai me salvar? Eu estou mais pra vítima. Muitas vezes, a sociedade também deixa e gosta. Também é cômodo pra ela nos alimentar com migalhas. Como faço pra chamar o Batman ou o Homem de Ferro? Ricos e poderosos, será que eles querem mudar essa hipocrisia em que vivemos?

Se eu esperar, vou sonhar com o mundo do faz de conta, esse mesmo que a sociedade quer que eu acredite, ou sempre vou esperar alguém fazer algo por mim, isso a sociedade me permite, apesar das críticas.

Faça isso ou aquilo, se encaixe e não reclame, busque mudanças, mas não brigue com o sistema. E seja feliz, pois a sociedade é pra todos! Não, os mecanismos que regem a sociedade são criados por poucos e seguidos por quase toda a sua totalidade. Pois esses mecanismos não querem a evolução humana e assim, a luta e o sofrimento constantes para nos manter vivos e nos passar a falsa impressão de que estamos deixando um legado. Na verdade, só estamos exercendo um papel de coadjuvantes, que cruel! Não acham?

Como em um filme da Marvel ou DC, vivemos em uma realidade lúdica, onde buscamos mudanças nas estruturas sociais e sonhamos com a harmonia e a admiração entre as pessoas. Ao mesmo tempo em que estamos exaustos e completamente controlados por mecanismos que fazem nosso instinto animal e egoísta ser predominante ao coletivo. Vivemos a vida alimentando a nossa essência primária, a incansável luta pela sobrevivência. Como transformar algo, se estamos sempre por um fio? Seja o Demolidor ou qualquer outro herói, criado para fugirmos da realidade, ele consegue uma vitória. Mas ela nunca é definitiva, sempre tem continuação.

Na vida real o roteiro é parecido, poucos querem enfrentar a mudança, mas todos apoiam a causa. Até essa transformação chegar próximo a você, quando isso acontece, o seu senso de sobrevivência cresce e o desconhecido te afronta, fazendo você permanecer na sua zona de conforto. Você reclama e talvez espere de fato um herói, mas ele não virá! Reclame, acomode e finja, como a maioria, fazer o melhor que pode. Alimente a sua hipocrisia e fortaleça o mecanismo. Dê ao seu inimigo ferramentas para domar o seu potencial e, deste modo, matar o seu poder transformador. Contudo, compreenda quanto menor a seu brilho, maior será o seu poder destrutivo.

Somos o antagonista e o protagonista da nossa história. Não voamos, somos fracos e facilmente batidos, não salvamos o mundo, construímos ele! E já que ele não foi criado para uma pessoa com deficiência, vou criar um mundo pra mim, onde os super-heróis não fazem parte da minha história. Onde a diversidade humana é a protagonista e o melhor poder que a pessoa pode ter é um sorriso.

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