Dançarina e atriz Juliana Iyafemí participa do Festival de Dança do Triângulo com o espetáculo “Qual é o seu nome?”

Questionamentos são levantados por meio da dança que capaz de expressar, através dos movimentos corporais, a história de um povo, grupo ou raça, que tem na fé, uma esperança e a uma forma linda de ver a vida.

Foto: Divulgação

 Quem já teve a oportunidade de conhecer uma casa-de-santo sabe o quão místico e fascinante é um rito de iniciação ao candomblé. Os sons dos atabaques envolvem os participantes e ditam o ritmo da dança que irá convocar os orixás para dar início ao ritual religioso.

Essa é a temática do espetáculo “Qual é o seu nome?”, protagonizado pela dançarina e atriz Juliana Iyafemí, natural de Araguari-MG, que também compôs toda a narrativa. No palco, por aproximadamente 30 minutos, estão presentes, de forma minimalista, todos os elementos da natureza – água, fogo, ar, terra, éter – que são apresentados artisticamente e de maneira respeitosa.

A apresentação acontece no dia 16 de julho, às 19h, no Teatro Municipal de Uberlândia, dentro da programação da 29ª edição do Festival de Dança do Triângulo, que está acontendo até o próximo dia 18 de julho. O evento é aberto ao público e está sendo promovido pela Associação dos Profissionais de Dança de Uberlândia (APDU), com mais de 600 inscritos de todo o país e com o tema “Atualização e Permanencia”.

O espetáculo  “Qual é o seu nome?” marca os 15 anos de carreira de Juliana Iyafemí e traz a mistura entre o erudito e o popular, abordando a iniciação da dançarina na religião do candomblé. O monólogo também trata sobre elucidações acerca da cultura afro-brasileira, através da valorização do samba de roda, da capoeira e das danças baseadas nos movimentos dos orixás – os dois primeiros são tombados como patrimônios imateriais do Brasil.

O rito de iniciação proposto na dança ainda remete o público a algumas reflexões: o que faz as pessoas começar algo diferente todos os dias? Ou, simplesmente começar de novo? E ainda, quem é você para além do seu nome?

Bastidores

           Nos bastidores, estão dois fortes expoentes da arte contemporânea nacional. A diretora Vera passos(BA), professora, bailarina e coreógrafa com trabalhos consolidados que vão das danças tradicionais brasileiras ao balé clássico. Atualmente, é uma das difusoras da Técnica Silvestre de dança, juntamente com a idealizadora Rosângela Silvestre.

Já a trilha sonora é assinada por Moreno Veloso, que também é candomblecista e filho de Caetano Veloso com sua primeira esposa, a dançarina Gadelha Veloso. Multi instrumentista, Moreno tem no currículo os álbuns “Máquina de Escrever Música” (2000) e “Coisa Boa” (2014) e composições gravadas por artistas como Adriana Calcanhoto, Roberta Sá e o próprio Caetano.

            O título do espetáculo – “Qual é o seu nome?” – foi tirado do trecho de uma das mais recentes composições de Moreno. O que aliás foi algo inédito na carreira do compositor. Ele já havia produzido trilha sonora que inspirou outros trabalhos de dança, como o grupo Corpo, de Belo Horizonte, mas no caso atual ele fez o caminho inverso, ou seja, criou uma trilha para um espetáculo que já estava pronto. De acordo com Juliana Iyafemí, “essa dinâmica se deu por conta da pandemia, o que fez com que toda a produção fosse acompanhada à distância.”

Sobre a dançarina

Formada em Teatro pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), bailarina e produtora cultural, Juliana Iyafemí é uma artista movida pela sua própria inquietação. Nascida e criada em Araguari (MG),  rodou dentro e fora do país, em apresentações de dança, teatro, rodas de capoeira, dentre outros projetos que reforçam o quanto a cultura afro está enraizada em nossa sociedade.

SERVIÇO:

O que: Qual é o seu nome? – Espetáculo de Dança Contemporânea

Quando: 16 de julho, 19h

Onde: Teatro Municipal de Uberlândia

Quanto: Gratuito

Ficha técnica:

“Qual é seu nome?”

(Ori)entação : Vera passos(BA)

Trilha son(ora): Moreno Veloso(R.J)

Composição/ Dançarina: Juliana Iyafemí(MG/RN)

Figurino: Mamba negra(RN)

Costureira: Maria de Lourdes Quirino(RN)

Contra regragem| operação de som| operação projeção| iluminação: Giovana Dias (RN)

Espaço de ensaio: Tecessol

Vozes iniciais: Dofona de Oxóssi e gamotinho de omolu(ilê axé afinka – macaíba/RN)

Arte e montagem projeção: Fernando Franco(PB)

Produção: Fernando Porfirio(SSA) Grupo de artes Comboio(MG)

Produtora local: Karol resende

Músicos: Amanda Lourenço e Kayami Satomi

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