Fãs de New Order transformam Sabiazinho em um pub inglês da década de 80

Na noite desta sexta feira (30), o lendário grupo inglês, New Order, fez uma apresentação histórica em Uberlândia. Com seu estilo inconfundível, que une música eletrônica e o rock, a banda transformou o ginásio do Sabiazinho em uma verdadeira boate.

Por saber da influência e a importância dos ingleses na história da música, apesar do bom público, eu gostaria de ter visto o ginásio abarrotado de gente. O público, aliás, foi um caso a parte. Muitos fãs pegaram a estrada ou viajaram milhares de quilômetros para acompanhar seus ídolos de perto. Quando cheguei ao ginásio, encontrei fãs de Patos de Minas e Goiânia, mas quem me prendeu a atenção foi Norbert Dewender. Por conta da empolgação e alegria, imaginei: esse cara deve estar realizando um sonho, deve ter esperado anos por essa oportunidade. Afinal, Nobert está longe de ser um garoto.

Foto: Carol Portilho e Silvio Azevedo

Por isso, queria falar com ele, para compreender essa emoção. Logo de cara uma surpresa, ele não falava português. Puxei conversa, em um inglês compreensível, digamos assim e, a cada resposta, mais surpresas. Nobert é um engenheiro alemão que está seguindo a banda em sua turnê pelo Brasil. Muito solicito, o fã contou que perdeu as contas de quantos shows do New Order já foi. Ele acompanha os britânicos desde 1984. Não conversamos mais, pois ele já tinha que arrumar as malas e seguir rumo a Curitiba.

Com uma pontualidade britânica, o grupo subiu ao palco, às 22h00 e, após 2h02 de apresentação, eles encerram a noite, deixando os fãs com um gostinho de gostinho de quero mais. Porém, satisfeitos com o que tinham acabado de presenciar.

Os fãs tiveram reações distintas: alguns estavam eufóricos, já outros, viveram uma noite nostálgica. Essa energia do público contagiou os músicos. Bernard Sumner puxava as palmas da plateia e se arriscava com alguns passinhos. Já o baixista, Tom Chapman, algumas vezes, ficava a frete do palco e fazia aquela pose “rock star”. Chapman tocava seu instrumento como se ele estivesse sozinho, como se nada mais importasse. Foi impressionante ver a harmonia entre os instrumentos. Cada compasso e nota se encaixam perfeitamente.

Foto: Carol Portilho e Silvio Azevedo

O Show

Gostaria de começar destacando o final. Em entrevista recente ao Portal G1, Sumner, disse: “Criar um setlist é um trabalho como o de um DJ. Tentamos criar uma atmosfera e as do Joy Division pareciam ter a ver com o fim”. E foi com as músicas de sua primeira banda que o vocalista terminou a festa.

Na sequencia, eles tocaram “Atmosphere”, “Decades” e “Love Will Tear Us Apart”, deixando o público empolgado, mas ao mesmo tempo, com aquela saudade do Joy Division. O mais legal foi ver que durante a execução destas três canções, o telão exibia imagens daquela época, sempre destacando Ian Curtis. E, ao final da última música, a frase: “Forever Joy Division” aparecia no telão. Momento realmente emocionante!

O telão tinha a função de acompanhar cada canção do setlist, seja mostrando clipes , fotos ou imagens holográficas. Por falar em repertório, temos que tirar o chapéu, afinal, com mais de 40 anos de história, não é fácil decidir o que tocar e o que deixar de fora. Em Uberlândia, o grupo tocou 20 faixas, deixando algum sucesso de fora, nada mais natural. Durante esta turnê, eles fizeram pequenas alterações. Entre São Paulo e Uberlândia, tivemos quatro mudanças no setlist.

Além das músicas do Joy Division, a massa dançou, se divertiu e se emocionou ao som de “Blue Monday”, “Perfect Kiss” “Bizarre Love Triangle”, entre outras.

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