Na noite desta sexta feira (30), o lendário grupo inglês, New Order, fez uma apresentação histórica em Uberlândia. Com seu estilo inconfundível, que une música eletrônica e o rock, a banda transformou o ginásio do Sabiazinho em uma verdadeira boate.
Por saber da influência e a importância dos ingleses na história da música, apesar do bom público, eu gostaria de ter visto o ginásio abarrotado de gente. O público, aliás, foi um caso a parte. Muitos fãs pegaram a estrada ou viajaram milhares de quilômetros para acompanhar seus ídolos de perto. Quando cheguei ao ginásio, encontrei fãs de Patos de Minas e Goiânia, mas quem me prendeu a atenção foi Norbert Dewender. Por conta da empolgação e alegria, imaginei: esse cara deve estar realizando um sonho, deve ter esperado anos por essa oportunidade. Afinal, Nobert está longe de ser um garoto.

Por isso, queria falar com ele, para compreender essa emoção. Logo de cara uma surpresa, ele não falava português. Puxei conversa, em um inglês compreensível, digamos assim e, a cada resposta, mais surpresas. Nobert é um engenheiro alemão que está seguindo a banda em sua turnê pelo Brasil. Muito solicito, o fã contou que perdeu as contas de quantos shows do New Order já foi. Ele acompanha os britânicos desde 1984. Não conversamos mais, pois ele já tinha que arrumar as malas e seguir rumo a Curitiba.
Com uma pontualidade britânica, o grupo subiu ao palco, às 22h00 e, após 2h02 de apresentação, eles encerram a noite, deixando os fãs com um gostinho de gostinho de quero mais. Porém, satisfeitos com o que tinham acabado de presenciar.
Os fãs tiveram reações distintas: alguns estavam eufóricos, já outros, viveram uma noite nostálgica. Essa energia do público contagiou os músicos. Bernard Sumner puxava as palmas da plateia e se arriscava com alguns passinhos. Já o baixista, Tom Chapman, algumas vezes, ficava a frete do palco e fazia aquela pose “rock star”. Chapman tocava seu instrumento como se ele estivesse sozinho, como se nada mais importasse. Foi impressionante ver a harmonia entre os instrumentos. Cada compasso e nota se encaixam perfeitamente.

O Show
Gostaria de começar destacando o final. Em entrevista recente ao Portal G1, Sumner, disse: “Criar um setlist é um trabalho como o de um DJ. Tentamos criar uma atmosfera e as do Joy Division pareciam ter a ver com o fim”. E foi com as músicas de sua primeira banda que o vocalista terminou a festa.
Na sequencia, eles tocaram “Atmosphere”, “Decades” e “Love Will Tear Us Apart”, deixando o público empolgado, mas ao mesmo tempo, com aquela saudade do Joy Division. O mais legal foi ver que durante a execução destas três canções, o telão exibia imagens daquela época, sempre destacando Ian Curtis. E, ao final da última música, a frase: “Forever Joy Division” aparecia no telão. Momento realmente emocionante!
O telão tinha a função de acompanhar cada canção do setlist, seja mostrando clipes , fotos ou imagens holográficas. Por falar em repertório, temos que tirar o chapéu, afinal, com mais de 40 anos de história, não é fácil decidir o que tocar e o que deixar de fora. Em Uberlândia, o grupo tocou 20 faixas, deixando algum sucesso de fora, nada mais natural. Durante esta turnê, eles fizeram pequenas alterações. Entre São Paulo e Uberlândia, tivemos quatro mudanças no setlist.
Além das músicas do Joy Division, a massa dançou, se divertiu e se emocionou ao som de “Blue Monday”, “Perfect Kiss” “Bizarre Love Triangle”, entre outras.

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